segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Lista dos Intocáveis


O que é a lista dos intocáveis?

Se você for uma mulher, garanto que me entenderá perfeitamente, já para os rapazes interessados em tal lei de amizade do código de ética feminino será um pouco mais... trabalhoso de se explicar.

Toda mulher tem sua lista dessas, independente da idade, classe social, grau de beleza ou opção sexual.

Intocável é todo e qualquer homem ou (nos casos mais modernos) mulher cujo contato carnal ou afetivo com alguém que não seja você venha a gerar situações bastante inconvenientes. Vide ciúmes coléricos, incontroláveis surtos de ausência daquilo que é comum chamarmos de consciência ou sanidade moral, vide sangue fervente subindo-lhe à cabeça, delírios psicoticamente satisfatórios de morte lenta e dolorosa, bem como o desgosto contido em toda e cada uma destas ocasiões ocorridas casualmente durante nossas vidas.

Mas a pior consequência do rompimento da lista dos intocáveis não será a inconveniência física que isto vir-lhe-ia causar, tampouco o "cair na real" de se ter perdido o bofe que outrora era seu, mesmo psicológicamente. A pior coisa que se pode acontecer ao quebrar tão sagrado laço quanto a tal lista, é o possível rompimento de uma amizade verdadeira, tão difícil de se encontrar no mundo atual e ainda mais raro no universo feminino, onde mentiras, segredos, fofocas e tensões pré-menstruais ja destroem tantos possíveis enlaces fraternalmente afetivos.

Haverão aquelas que, ao ler isto, tentarão mentir para si mesmas, dizendo que é uma besteira, que não existe, mas existe. Mesmo que o atual seja o mais-que-perfeito homem dos seus sonhos, terá um nome além do dele (isso se o dele estiver lá ou se realmente houver o tal atual). Sempre vai ter aquele amor de ensino fundamental, aquele da maior decepção, o primeiro namorado e o último chifre lá na lista, vetando laços mais... digamos... Intimos, entre os tais e suas amigas.

Toda mulher tem uma lista dos intocáveis, isso não é segredo para ninguém. Segredo mesmo são os nomes escritos em cada uma delas... E então? A sua lista também é um segredo?

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Vamos voltar ao passado


Feche seus olhos e lembre-se de quando tinha alguns centímetros e dois dentes da frente a menos, bem como joelhos arranhados e certos motivos a mais pra envergonhar sua mãe ao mangar, rir, urinar-se de tanto gargalhar, quando alguém se danava no chão bem na sua frente.


Lembre do quão bom era não ter que saber medir as palavras e falar o que "dava na telha" (gírias idosas), falar o que todo mundo naquele lugar queria dizer, mas não tinha a coragem nem a cara de pau de uma criança banguela, que, na cara-dura, olha praquela sua tia gorda e diz, inocentemente, com um sorriso enorme pra vaca cujas mãos pareciam ter um ímã direcionado às suas bochechas:


"Tia você me lembra o bichinho do filme que eu assisti ontem." Ela fica com um dedo de desconfiança, mas sorri disfarçadamente com aquele ar de sapa velha e mal comida e pergunta:


"Qual filme, meu xuxu?" Pentelha, sapequinha e serelepe, à espera da primeira oportunidade de destilar seu veneno pueril, a criança olha pra tia, abre o sorriso de orelha à orelha e fala:


"Free Willy..." Mesmo com todo a exacerbada falta de estima pela integridade moral da cara da sua mãe ao te ouvir falar o que ela própria havia pensado quando viu a gorda, digo, a tia com um maiô preto se jogando no açude de água barrenta naquele churrasco familiar.


Ó céus, como era bom o tempo que havia coisa melhor na tv pra se assistir. Na minha época? Não existia essas boiolagens encubadas de backyardgans não! É um absurdo, a gente vê hoje em dia, coitados, os garotinhos de 5 ou 6 anos... Tudo com a fala fina, e cérebros não condizentes com a realidade e ninguém sabe o porquê! A Discovery Kids nunca me enganou! Ela aliena as pobres criancinhas que ficam feito bocós, obsecadas por seus personagenzinhos um tanto afeminados!

Onde foram parar os bons desenhos que enchiam, de planos infalíveis, duplos sentidos, sarcasmo, trapaças e censo crítico os cérebros juvenis, mostrando-os a dura, maquiavélica e adorável realidade?


Eu estou falando de desenho, desenho de verdade, de DragonBall, de Samurai X, Tom e Jerry, Pica-pau, Caverna do Dragão, Pinky e Cérebro, Ursinhos Carinhosos, Power Rangers, Johnny Bravo! Onde foram parar O Laboratório de Dexter, Desenhos Incríveis - o show, Sheep na Cidade Grande, Eak - the cat, Gato Félix, Os Cãezinhos do Canil, Sailor Moon, Sakura, Capitão Planeta, Bananas de Pijama, Doug Funnie, Cavaleiros do Zodíaco, O Fantástico mundo de Bobby, Jetsons, Flinstones, Pernalonga & Patolino, Rugrats – Os Anjinhos, Du, Dudu e Edu, Os dois cachorros bobos, Pokemon, Digimon, Thundercats, BeetleJuice... Os desenhos de verdade?! O que há de bom hoje em dia além de Padrinhos Mágicos?! NADA! Tsc.. tsc..


E a diversão? Playstation 1, 2, 3? Gameboys? Jogos em rede? – Faz me rir, o máximo a que se chegava perto disso era quando seus pais te largavam naquela locadora e te deixavam lá por, sei lá, uma hora, no máximo, enquanto desopilavam de você tomando uma na Discot! Ao olhar de uma dessas crianças alienadas, isso parece um martírio, mas pra nós? Era a melhor hora da semana, mesmo sem os Playstations. Afinal tínhamos os Nitendo e Sega cujas fitas magicamente funcionavam quando você soprava o fundo delas, maravilhando nossa existência e dilatando nossas pupilas ao jogar Aladin e conseguir passar daqueles velhinhos filhos da puta que atiravam flechas, jogar Mário Brós e saber as passagens secretas que te faziam descer naqueles canos verdes e a felicidade inigualável de zerar o Sonic! Bons tempos, bons tempos.


Não se vê mais aqueles pivetinhos na calçada da casa dos avôs, nos sábados de tarde, jogando tazzo, brincando de pular elástico, ferrando a coluna dos primos ao brincar de borracha mamão, andando de um lado pro outro, um dia depois do dia da criança, com os patins novos pelos quais tirava o sono do papai e da mamãe desde o São João... Não se vê mais Barbies bonitas, nem a animação mais que efusiva de uma garotinha ao ganhar uma daquelas bonecas que mijavam, nem as bicicletas de rodinha sob os pequenos infantes circundando a Praça Cristo Rei, passando por cima dos velhinhos com cara de sítio que cuidavam dos carrinhos de confeito...


Onde foram parar as propagandas absurdamente apelativas? (Compre Batom, compre Batom, compre Batom) Ou os Jingles que não saíam da cabeça da gente? (Quem disse que não dá? Na Fininvest dá) Ou as aberturas de desenho que todo mundo decorava? (Açúcar, tempero, e tudo o que há de bom. Esses foram os ingredientes escolhidos para criar as garotinhas perfeitas, mas o professor Utônio acidentalmente acrescentou um ingrediente extra na mistura: O ELEMENTO X. E assim nasceram as meninas super poderosas: Florzinha, Lindinha e Docinho, para combater o crime e as forças do mal)...


E depois de ler tudo isso, eu abro os olhos e vejo na minha frente meu passado ao me olhar no espelho e digo: Porra, eu não cresci nada. Resenha. Eu olho e digo: SIM. Eu tive infância!


beijonãomeliga:*

{vírgula} n