terça-feira, 29 de junho de 2010
Pra não dizer que não falei das flores
Hoje eu lembrei de como é ter alguém que se importe com o que me importa. Hoje eu me lembrei como é jogar tanta conversa fora em tão pouco tempo, como se fala tanta coisa séria em um sorriso sem jeito. Hoje, eu lembrei do quanto é bom saber que ainda há do mesmo jeito aquilo de sempre que toda vida vai estar alí.
Mesmo sem as benditas as coxinhas de recuperação, ou - pra não dizer que não falei - das flores bicolores, mesmo com a distancia que só existe fisicamente, mesmo com as cachaças que a gente nunca tomou, mesmo que às vezes a gente ache que não há, ainda há. Hoje eu me lembrei que frases bocós merecem depoimento no orkut. Porque a saudade era aliviada aos poucos em cada abraço gasguito e a cada pergunta indiscreta.
Hoje eu lembrei que se pode ligar quando quiser ou precisar falar alguma coisa, qualquer coisa - mas é preferível que seja no sabado ou domingo por causa do 31 anos, mas se a emergencia for na semana, sempre haverá um Tim infinity (por mais quatro anos pelo menos, caso o Brasil ganhe a copa).
Hoje eu lembrei que não tem preço assistir com as amigas os jogadores de futebol, não o jogo. Do quanto é bom não ver a hora passar na calçada, de resenha até mais que a hora de ir dormir, como se fossemos acordar amanhã e não voltar aos afazeres, cursinhos e vestibulares por aí pela vida, apenas pra sermos nós, balão mágico, estranhos e revoltados, entrando pelo portão daquele castelinho outra vez.
@luiza__
sábado, 12 de junho de 2010
Quem disse que eu preciso de uma companhia? -NOT
Eu gostaria de dedicar esse texto a todas (os) aquelas (es) que resolvem por um simples ato de maldade amorosa, triturar, esquartejar, liquidificar, extirpar (entre outros verbos que sejam sinônimos de rasgar, quebrar ou torcer) nosso músculo tão importante para o bombeamento do sangue para todo o nosso corpo, chamado coração, nos deixando nesse dia, sozinhos no sofá, com um pote de sorvete na mão, assistindo o caldeirão do Huck, sentindo-se até melhor em ver que existem pessoas em situação pior que a sua, no “Lar doce lar” ou no “Agora ou nunca”.
Para alguns esse dia é um dia perfeito, de trocar presentes, de assistir filmes o dia inteiro agarradinho(a) com aquela(e) que você acha ser a(o) mulher(homem) da sua vida, dia de declarações com carros de sons, faixas nas ruas, idiotas apaixonados tocando uma musica melosa, no violão, para sua amada, que está achando sua voz desafinada e fora de ritmo a coisa mais linda do mundo... entre outras estripulias amorosas.
Mas para você, que como eu, não tem namorada(o), por não ter quem te queira, ou por falta de opção, ou até mesmo pelo simples fato de não conseguir gostar de ninguém devido a antigas lesões no coração, esse é um dia de dar graças a Deus por não ter com quem gastar dinheiro, dia de dizer “ainda bem que eu não preciso passar pelo sufoco de tentar achar um presente ideal” .
Tudo mentira! Mentiras deslavadas para se sentir melhor, mentira de um alguém que está com o coração quebrado em bilhões de fragmentos, esperando alguém nem que seja com um Durepox pra colar as migalhas. Desculpa de um pé todo esfolado por ter calçado sempre os tênis errados, a espera nem que seja de uma sandália havaiana com 2 mm de espessura com um prego segurando a correia. Desculpa de uma pessoa que quer gastar dinheiro com alguém que realmente ama, desculpa de alguém que quer desesperadamente passar pelo sufoco de achar um presente ideal.
Portanto, se você é uma pessoa cujo auto-estima esteja pouco abaixo dos pés da cadeira que você está sentado, por não estar namorando, não se importe, releve o fato de que você é uma pessoa sozinha, jogada em um abismo de abstinência amorosa, devido a uma pessoa ter feito isso com você, seja ontem ou a dois anos atrás. Releve, sorria, não se culpe, culpe aquela(e) que te deixou assim, e rogue uma praga para que ela(e) morra velha(o), se masturbando assistindo “a lagoa azul”, com as “cenas de amor” de Richard com a Emmiline ... Brincadeira, não seja tão cruel, apenas corra atrás de uma namorada(o), e jogue na cara da(o) infeliz que te deixou sozinho(a) nesse dia, te fazendo ler esse texto!
sexta-feira, 11 de junho de 2010
É o amor
É clássico. Sempre. Todos os anos, neste dia. Eu não estou falando dos casais efusivos, das propagandas cheias de corações e romance consumista, nem tampouco das declarações deslavadas por todo lugar melando tudo ao redor. É simplesmente mágico como a cena se repete.
Eu já consigo visualizar mesmo faltando um único dia. O sorvete no colo, a colher na mão, o filme água com açúcar preparado no DVD, a camiseta mais confortável da face da terra e você. Não você que tem namorado, você está procurando seu melhor vestido pra poder se montar no seu salto 15, com seu mais fino fio dental recém-comprado preparada para seduzir. Eu estou falando com você que perdeu a vergonha na cara assim que disse ou ousou usar como sua a mais batida e brega de todas as desculpas esfarrapadas de uma encalhada: "Solteira sim, sozinha nunca." Isso até pode servir pra sua inconveniente tia torta (literalmente, ou não) que pergunta sobre o namorado que você não tem sempre que te vê. Mas você não acredita nisso que eu sei. Eu sei, eu já estive aí. Bem aí no seu lugar, coleguinha.
Se sentindo o fedor do cocô do cavalo do bandido, sem ninguém pra chamar de seu. Tão solteira com S maiúsculo que é capaz de apelar para a tortura de uma pobre imagem de Santo Antônio, mergulhando o pobre na água gelada de ponta cabeça. Tadinha de você, eu me lembro bem como é. Tão claramente desapegada que se submete à promessas absurdas como a de não comer seu prato preferido, digamos pipoca, por 6 meses - tudo isso por não ter seu tão maravilhoso príncipe encantado nem muito menos o cavalo que também serviria nas horas de maior desespero...
Não se preocupe. O amor vale à espera. Na maior parte do tempo você até acha que não vale, mas vale. Vale cada infeliz imagem de Santo Antônio de cabeça pra baixo dentro da geladeira. Vale cada filho da puta que não te desencalhou. Vale cada trabalho, macumba ou pacto com o capeta que você faz ou pensa em se propor a fazer. Vale cada celulite que você ganhou com cada colherada de brigadeiro/sorvete/coisagordurosa que você só pôs na boca por estar sem ninguém. Mas espere mesmo assim. Vale os cds de Adriana Calcanhoto no volume mais alto. Vale os livros de auto-ajuda. É o amor, e ele vale à pena, eu juro. Mas enquanto ele não vem, aproveita o filme e a fossa, porque às vezes ela dá saudade, principalmente nas finais do brasileirão.
E só pra constar, não é o amor que mexe com a sua cabeça e te deixa assim. Isso é a versão masculina do dia dos namorados na conserva da solidão. (Y)
beijonãomeliga :*
@luiza__