quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Cu


Com certeza (ou não) você já ouviu aquela piadinha infame: Cuiabá. “Iabá” = do mundo, e cu... é cu mesmo. O autor disso, que deveria ser uma piada, com certeza não conhece a minha cidade, ela sim é o CU do mundo. Além dela está localizada no interior (do estado) do nordeste (do país), num estado chamado de Rio Grande do Norte (que nem tem rio, nem é grande e muito menos é no norte (by: @luiza__ ), e seu nome oscila entre umas das partes mais intimas de alguém. Eis o nome: CU(rrais) (n)OVOS, nome perfeito para uma cidade que é tão pequena quando um ovo e tão apertada quando um cu (digomesmo).
Currais Novos... Típica cidade do interior, charretes nas ruas sem calçamento, e a bebida mais conhecida é o “ponche” –NOOOOOOOOOOOT. Típica cidade do interior, calma, sem violência (tirando a cracolândia recém criada, e o garoto que foi assassinado ano passado à facadas no meio da praça, e a boca do pó nas vilas de vizinhança avulsa) apenas dois ou três “points” para os amigos se encontrarem, 90% dos cidadãos freqüentam a missa aos domingos, crianças brincam nas ruas, pessoas de mente fechada e desinformada, piercings e tatuagens ainda são coisas do demônio, velhinhas (ou não) ficam sentadas nas calçadas falando da vida alheia.
A Cidade de nome cativante tem seu "lounge” definido em musicas de forró, swinguera e entre outras musicas que suas letras são compostas por no mínimo três, quatro ou cinco palavras (ela ta beba, ta doida, ta beba, ta doidaa, bebaaa, doidaaa), frases ininteligíveis (barabarabara berêberêberê BereBerebere Barabarabara ) ou pessoas que usam seu corpo para um trabalho árduo (amor de rapariga é que é amor, amor de rapariga é bom de mais, amor de rapariga não tem confusão, não tem briga não...) ou quem sabe, amor, um amor lindo e singelo (Amor é feito capim, mas veja que absurdo, a gente planta ele cresce, e ai vem uma vaca e acaba tudo), quiçá carinho (Mamãe ta dodói, papai da da beijinho que passa ...). Musicas que tocam inúmeras vezes em suas inesquecíveis festas, onde você provavelmente terminará bêbado, ou rindo de algum amigo por ter consumido de mais nosso velho amigo etílico, com os pés doendo de tanto ser pisoteado, ou quem sabe até grávida, porque se teve uma festa aqui, que nem mesmo uma menina não tenha acabado grávida, eu não sei qual foi.
Sem contar com as perspectivas para o futuro da maioria dos filhos dessa terra. 30% pensam em estudar, ir para uma faculdade, ganhar dinheiro, e nunca mais voltar aqui (ou não). Os outros 70%, normalmente, vão trabalhar de mototaxista, ou de frentista, ou numa lan house, ou na empresa de seus parentes (não desmerecendo essas profissões, mas nunca ouvi alguém dizer: meu sonho é ser mototaxista, ou , nossa como o cheiro da gasolina me atrai, serei frentista) ou quem sabe até vendendo o próprio corpo para conseguir por comida dentro de casa (ou não), e ficar falada pela cidade inteira, e ser perseguida, cortejada e sustentada pelos ouvintes assíduos de forró e amantes de paredões (me lembra até outra musica: Paredão que é paredão, não toca outra, só toca garota, só toca garota )enquanto suas namoradas estão em casa levando (ou pondo) belos pares de chifres em sua cabeça.
Bom, como aqui não tem nem um lugar em que eu possa gritar até minha raiva esvair-se, sem ser pego pelo manicômio por justa causa devido ao ódio que tenho por esse lugar, esse texto foi mais um desabafo, um bem vindo a minha vida. E pense duas vezes, se sua cidade tiver cinema, shoppping, praia, parque, pessoas bonitas e legais, musica boa entre outros, antes de dizer que sua cidade é uma droga.
@JonaasF

10 comentários:

  1. na ultima frase ta faltando a palavra "pense":

    (...)musica boa entre outros, pense antes de dizer que sua cidade é uma droga.

    tipo "oi meu nome é will e eu sou um cabeção que adora se intrometer" ok desculpa, to indo.
    =*

    PS- ja morei em cidade de interior e superadicionei essas criticas no meu repertorio.

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  2. Nuossa.....algumas coisas infelizmente nunca mudam, pois são típicas "tradições" de cidades pequenas....mas temos que pensar positivo, como por exemplo...quando as velhinhas ficam na portaa da casa delas fofocando sobre a sua vida; ao inves de ficar com raiva delas, pense que você é importante e é o foco da atenção delas.... O.o....
    é pelo menos tentei....rsrsr
    xau....

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  3. Minha cidade é mais ou menos assim ,nãao tem nada :(
    Neem aguente maais, tem um projeto de shopping, um cinema miudo. nao tem ponto turistico neem coisa nenhuma. Cidadezinha do interior, no meu bairro as mulheres mais velhas passeam pela rua a procura de alguma fofoca :@
    Cidade pequenaa nao muda msm .

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  4. É impressionante como o ser humano é insatisfeito. Sempre arranjamos algo do que reclamar, se moramos em uma cidade pequena é chato porque é parado demais, se moramos em uma cidade grande é chato por que é violento demais. Do que adianta morar num lugar com certos privilégios e não poder aproveitá-los com medo de ser assaltado ou ser vitima de uma bala perdida?
    Acho que o melhor mesmo é a gente agradecer a Deus pelo que temos e parar de reclamar, agindo como um bando de ingratos, só o fato de nesse "fim de mundo" termos uma casa, alimento e uma família que nos ama faz qualquer tédio ser suportado com alegria.

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  5. Não sei se a ignorância a respeito da cidade e do estado demonstrada no texto foi proposital ou não. Creio que não.
    Vejo muita gente reclamar da má qualidade dos programas culturais oferecidos, mas quando surgem novas propostas, ninguém comparece.
    No fundo, eu acho que você adora Currais Novos, mas não tem coragem de dizer. Se estivesse realmente insatisfeito, poderia tentar fazer algo para mudar a sua realidade.

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  6. Pois é, nasci e moro nessa cidade. Desabafo? Ok. Concordo com o comentário anterior de que o ser humano é insatisfeito. No entanto não acho que devemos nos conformar quando a coisa não está boa.
    Sou da turma que acha que a cidade podia ser bem melhor, porém estou ciente de que nem tudo aqui é o filme de terror que você descreveu.
    Bom, não acho que falando mal as coisas vão melhorar, pelo contrário. Tá lembrando até o artigo da Desciclopédia. Utópica ou não, penso que fazer a sua parte ainda é o melhor caminho... fica a dica. o/

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  7. Bom, depois de todo esse bombardeio né. Mas, não, não adoro a cidade, dois esse é um blog para mostrar diferentes opniões (no caso minhas e da @luiza__) , então, essa ai a cima é a minha.

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  8. Penso como o homem (sujeito) é pequeno, de pequenez (não o cachorro) gigantesca. Achar que um lugar é bom, desenvolvido pelo fato (sic) de ter isto ou aquilo em grandes quantidades - leia-se prédios, poluição, trânsito louco, violência, drogas...-, é ser muito ingênuo. Achar que faz bem para si colocar isto num blog e que ressonâncias irão serão ouvidas! Pobre ingênuo. Cresça (não fisicamente), mas como pessoa, como sujeito. Neste intervalo, leia um livro, leia drumond, stuart hall, Fernando pessoa, Saramago, Cervantes (moinhos a vencer), leia, leia a mônica - é ilustrada, te ajudará a comerçar.

    Verás que não importa o tamanho do lugar e nem se terra ou asfalto levam seus moradores à igreja, ao posto de combustíveis, ao mototaxi, ao lugar algum.

    Verás que a dignidade e cumplicidade numa conversa de fim de tarde, na praça da matriz (coisa que vc, talvez nem saiba o que é) faz tão bem à saúde.

    Ps: O Rio Grande do Norte possui rios,praias, mar. estude geografia.

    Espero que este comentário nao seja deletado. tenha hombridade.

    Assinado. Sancho Pancha

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  9. A minha cidade não é uma droga, haha.
    Eu odeio cidade pequena, onde todo mundo se conhece, isso me irrita muito.
    Mas não se desespere, você pode ser um dos 30% e sair daí, haha.

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  10. Jonas, você simplesmente precisa aprender o português, tá escrevendo muito ruim mano! Como disse o anonimato acima, leia algo pertinente, Cervantes, coisa do tipo, e pare de ler Crepúsculo, pare de ler coisa de pseudo-macho. Seja homem, pare de ser ridículo, seja hominho. Probleminha tem tratamento,
    T-R-A-T-A-M-E-N-T-O!!!!
    Cresça cara, só isso!

    Atenciosamente,

    D.Quixote- Cervantes

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