sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Quem sabe, né?


Lá está você, jovem brasileiro. Portando seu título eleitoral e documento de identificação oficial com foto, em frente a um pequeno aparelhinho revolucionário, bastando digitar alguns numeros para que, ofiicialmente, você tenha sua parcela de culpa no progresso ou na regressão de sua nação. Parece algo importante, não é mesmo? Não se preocupe, não pretendo fazer você se sentir numa daquelas propagandas patrocinadas pelo governo, onde, por osmose, você começa a ter abuso de política...

Mas o que seria de toda a pomposidade das campanhas políticas, todos os milhões em dinheiro derramados, ou litros de salivas gastos defendendo o que fulano vai fazer e condenando o que sicrano não fez, se simplesmente déssemos ouvidos ao que REALMENTE importa? Se você votasse pelo que fosse melhor para a saúde do seu estado e não pelo emprego que o cunhado do pai do seu tio em terceiro grau vai conquistar caso tal candidato ganhasse o posto. Se você pudesse votar pela mudança, pelo progresso, por ondas de evolução ao invés de deixar que o sistema te deixe se afogar em toda a mesmice de um mar desonesto que se prolonga ano após ano, pagando sua estadia à população em pequenas parcelas de pão e circo..

Engraçado que mesmo com toda a esperança que de mim se apossa nessa oportunidade, de fazer com que você, que está lendo este sincero texto neste singelo blog, possa ver com os meus olhos e ler nas minhas palavras um assunto que se abrange tanto e ao mesmo tempo dá pra nós, jovens, tão pouca voz - em alguns momentos não consigo imaginar o que seria desse meu Brasil, mal acostumado por saber que tem seu closet tão lotado de acomodadas bolsas-tantofaz, imaginando possibilidade se ver pela primeira vez em algum tempo, prestes a arregaçar as mangas, levantar do sofá e fazer alguma coisa de resultado à longo prazo, ao contrário de ficar lá de frente pra tv naquela vibe imediatista, e só esperar chegar o dia de ir na lotérica retirar o pagamento auxilio-algumacoisa, e fazer juiz àquele velho ditado de entregar o peixe sem ensinar a pescar. E se déssemos lugar às boas propostas no lugar das boas gratificações (em espécie, tijolos, sacos de cimento ou até mesmo senhas de micareta), se pudéssemos estar dispostos a ouvir o que precisamos ao inves do que queremos..

Talvez não houvessem tantos votos reunidos num mesmo "protesto" deixando os Tiriricas da vida serem eleitos sem prestar atenção nas mega-jogadas politico-publicitárias que existem por trás deste tipo de coisa. Talvez não precisássemos aguentar aquele infeliz do Ey Ey Eymael, o democrata cristão, todo santo dia durante o horário politico. Talvez na política de hoje, o jovem pudesse ser associado ao futuro trabalhador, à educação de qualidade plena e não apenas à programas com relação ao combate às drogas e violência. Talvez não precisássemos sair neste domingo de nossas sessões eleitorais portando, junto ao titulo de eleitor e o documento de identificação oficial com foto, um enorme e reluzente nariz de palhaço.

Quem sabe, um dia.
@luiza__

5 comentários:

  1. Provavelmente, mais uma vez votaremos em vão naquela possível pessoa decente que pleiteia uma chance de mudar a história. Para tanto, ela teria que refazer um velho percurso a partir da nascente, para corrigir as injustiças que sonegam a glória esperada por todos nós. É que as chaves do reino já são mesmo dessa escória desonesta e falsária, que despoja os nossos sonhos e mente pra nossas expectativas. E há também uma gente acomodada, sem orgulho e memória, que já se viciou nas esmolas, nas migalhas e nos presentes precários que selam suas vozes nos anos eleitorais e depois somem, deixando-a na mesma precariedade socioeconômica... Cidadã. Ademais, pouco importa em quem votarão as massas, pois haverá sempre jogos, trapaças e tramóias. Só os que apostam mais sujo subirão as rampas do poder, mais uma vez. Será sempre assim, enquanto essas mesmas massas não conhecerem o seu poder não apenas de voto, mas também de cobrança, retaliação e expulsão dos maus representantes políticos. Sem essa consciência, somos drogas primárias para vícios insanos e seculares dos meios políticos partidários. Vícios que se renovam em nós, de alguns em alguns anos. Em suma, os poderes pertencem às mesmas figuras marcadas e seus lacaios ou senhores, conforme os interesses. Não se há de negar que político seja mesmo sujo... Mas há eleitores tão íntimos da corrupção, que quando o político sai às ruas para panfletar entre eles, é bastante adequado chamar esse corpo-a-corpo de... porco-a-porco. Ou então, aceitar trinta, mais, talvez menos reais que os políticos distribuem nas eleições, em troca de votos, não é corrupção popular. Continua sendo corrupção política, e mesmo assim, a única chance que o povo tem, de quatro em quatro anos, de receber dos políticos algo além do desprezo e do esquecimento. Por isso seja honesto consigo e com o nosso futuro. Vote consciente...

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  2. o povo tem que pensar muito bem antes de votar, pra num por novamente no poder esses políticos que num fazem nada pra melhorar a vida das pessoas.
    ótimo post!!!

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  3. Sei la, eu acho que a política está mesmo uma palhaçada, com essa droga de voto obrigatório fazem a gente sair de casa pra votar totalmente sem opção. Mas a galera tem que aprender mesmo a ouvir mais do que ficar indo pelo que fulano e fulana fala. Acho que a gente deveria parar de pensar: a é tudo ladrão. E enxergar alguém que vai mesmo tentar mudar o futuro.

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  4. Arthur Beaverhousendomingo, outubro 03, 2010

    Esse foi o ano de maior baixaria, voto desde 2004 e nunca vi tanta rasteira e trambique.
    Nessa eleição não prestam os politicos nem o TRE que no fim das contas deixou o titulo eleitoral de lado como uma muleta velha.
    Precisa dele pra fazer matricula em faculdade, entrar num novo emprego, viajar internacionalmente, mas pra votar ele não é nescessário.
    Só aqui mesmo, no nosso bom e velho BraZil!

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  5. Já posso pegar você e seu texto, dar um abraço e levar vocês pra mim?

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